Instagram irá bloquear conteúdos anti-vacina

A nova regra já passa a ter início imediato, e a rede social já não está mais exibindo as hashtags mais utilizadas aquelas que possuem ligação com o movimento anti-vacinas.

Fontes; BBC; Canaltech.

Nesta quinta-feira (9) o Instagram anunciou que o próximo passo da empresa em conteúdos que serão bloqueados são as publicações que propagam teorias da conspiração e qualquer outra postagem que defenda o movimento anti-vacinas.

A nova regra já passa a ter início imediato, e a rede social já não está mais exibindo nos resultados de busca ou na página das hashtags mais utilizadas aquelas que possuem alguma ligação com o movimento anti-vacinas, de modo semelhante ao que a plataforma já faz com postagens que sugerem o auto-flagelamento e a venda de drogas.

Apesar disso, é importante frisar que o Instagram não irá deletar automaticamente qualquer postagem que fale mal de vacinas, e irá bloquear apenas os conteúdos que sejam uma deturpação da ciência. Por exemplo, se você postar que “vacinas causam autismo”, a postagem será bloqueada, mas se você postar que “vacina X me causou reação adversa”, a publicação continuará existindo normalmente, já que o usuário está apenas expressando um sentimento pessoal e não compartilhando informações enganosas.

Essa distinção entre os diferentes tipos de postagens será feita do mesmo modo que já é realizado no Facebook, no qual a companhia utilizará dados sobre as principais informações cientificamente falsas sobre vacinas fornecidas pela Organização Mundial da Saúde para identificar quais postagens são problemáticas.

Em abril Jerome Kunkel, de 18 anos, ganhou manchetes de jornais por sua malsucedida ação judicial contra o colégio Our Lady of Sacred Heart/Assumption Academy, na cidade de Walton, no Estado de Kentucky.

O jovem Jerome Kunkel, de 18 anos. (Reprodução: CBS)

O jovem havia se recusado a tomar a vacina com base em argumentos religiosos. Na ação contra a escola, ele argumentou que a vacinação era “imoral, ilegal e pecaminosa” e que seus direitos estavam sendo violados.

Um juiz de Kentucky concordou com os argumentos do departamento de saúde em abril, ao julgar o processo movido pelo jovem. O magistrado argumentou que o aluno de 18 anos não tinha o direito de frequentar aulas e jogar basquete nas dependências da escola sem ter tomado a vacina.

Em meio a um surto da doença, a escola que o jovem frequentava decidiu suspender todos os alunos que não aderissem à campanha de imunização.

O colégio decidiu impedir a entrada de alunos que não se imunizassem depois que 32 estudantes pegaram catapora. Weist disse à NBC News que seu cliente não se arrepende da decisão de não tomar a vacina, mesmo tendo contraído a doença depois.

“Ele tem crenças profundamente religiosas e sinceras”, disse Weist. “Ele sempre reconheceu o risco de pegar a doença e estava ok com isso.”

A Igreja Católica diz a seus membros que é moralmente justificável tomar essas vacinas, embora defenda que tratamentos alternativos sejam desenvolvidos sem usar “linhas celulares de origem ilícita”.

A catapora é uma doença altamente contagiosa que causa erupções na pele, coceira e febre, embora não costume ser fatal.

Antes de a vacina ser criada, cerca de 4 milhões de americanos contraíam a doença a cada ano, de acordo com o Hospital da Criança da Filadélfia.

Agora, apenas 12 mil pessoas pegam a doença a cada ano nos Estados Unidos.

Kunkel foi proibido também de jogar basquete na escola

Outra solução proposta pelo Instagram, mas que ainda não tem data para ser implementada, é a da criação de um pop-up do app da rede social que irá aparecer quando o usuário procurar por conteúdo sobre vacinas, como uma forma de trazer informações corretas sobre o tópico.

Ainda que a plataforma não vá remover as páginas de grupos anti-vacina, a medida deve acabar com um dos maiores problemas da plataforma: o fato de ser muito fácil encontrar conteúdos que tentam convencer sobre os perigos das vacinas, e qualquer procura pelo tema mostrava mais teorias da conspiração e informações falsas do que postagens mais “normais” sobre vacinação.

A decisão acontece num momento em que o Facebook (empresa dona do Instagram) vem sendo pressionada a agir para evitar a propagação de conspirações anti-vacina, que estão fazendo com que algumas doenças até então erradicadas voltem a surgir, como catapora e sarampo.


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