Os comentários foram feitos na quinta-feira à noite (11/04/19) em uma reunião com pastores evangélicos no Rio de Janeiro. Ele estava falando sobre sua visita ao memorial do Holocausto em Jerusalém no início deste mês.
Com sua fala, o presidente provocou a ira de Israel no sábado por dizer que os crimes do Holocausto são perdoáveis.
“Nós podemos perdoar. Mas não podemos esquecer ”, disse ele sobre o Holocausto, acrescentando que é preciso agir para garantir que seus horrores não se repitam. “Aqueles que esquecem o passado estão condenados a não ter futuro”, acrescentou.
O presidente Reuven Rivlin, de Israel, e o Memorial do Holocausto de Yad Vashem, de Israel, criticaram o líder brasileiro de direita, que já foi atacado antes por suas controversas declarações sobre outros assuntos.
“Nunca vamos perdoar e nunca esquecer”, disse Rivlin no Twitter. Sem mencionar o nome de Bolsonaro, ele continuou com uma mensagem claramente dirigida a ele.
“Os líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. Nenhum deve entrar no território do outro ”, disse ele.
Yad Vashem, do centro de Jerusalém que serve de memorial aos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, também discordou dos comentários de Bolsonaro.
“Nós discordamos da afirmação do presidente brasileiro de que o Holocausto pode ser perdoado”, disse o centro, segundo relatos da mídia israelense.
Veja o vídeo da fala do presidente:
Neste mês, Bolsonaro visitou Israel por quatro dias e viajou para o Yad Vashem com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ele provocou outra controvérsia durante a visita, quando ecoou uma observação anterior de seu ministro das Relações Exteriores, que disse que o nazismo era um movimento de esquerda.
O site do museu disse que o Partido Nazista foi uma consequência de “grupos radicais de direita”.
Bolsonaro trabalhou para construir laços mais fortes com Israel. Ele prometeu transferir a embaixada do seu país para Jerusalém, seguindo os passos do presidente Trump. A medida política, embora adotada em Israel, também é popular entre os evangélicos brasileiros que ajudaram a o eleger para o cargo.
Mas durante sua visita a Israel, Bolsonaro deixou seus seguidores evangélicos desapontados quando anunciou que o Brasil estabeleceria um escritório comercial em Jerusalém, mas deixaria a embaixada em Tel Aviv por enquanto.
Fonte: The New York Times